terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Coxinha indigesta: o vereador esperneia, mas a marchinha segue...

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Vereador tenta impedir marchinha de carnaval e o tiro sai pela culatra: a coxinha do burguês é sucesso garantido.

Léo Burguês, vereador pelo PSDB e presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, não gostou da homenagem que recebeu sob a forma de uma singela marchinha de carnaval: Na coxinha da madrasta (ouça aqui). A inspiração para a marchinha foi uma matéria publicada no jornal O Tempo, no dia 16 de janeiro, que revela o uso de parte da verba indenizatória do vereador para a compra de lanche. Detalhe relevante: os gastos são da ordem de, em média, R$ 1.500,00 por mês desde agosto de 2009. Outro detalhe, não menos importante: os lanches foram comprados na venda da madrasta do nobre edil... E o moço, não gostando da homenagem, acionou prontamente seu advogado que entrou em contato com o compositor, o músico Flávio Henrique - “o advogado me disse que a marchinha estava causando dano moral ao vereador”, revelou. Seguindo o conselho do seu próprio advogado, Flávio preferiu retirar a música da internet até que a letra seja analisada com mais cuidado.

Este Diabo sugere ao nosso criativo compositor belo-horizontino que não se intimide com a tentativa de censura, e que aproveite o sucesso que a marchinha está fazendo - e fará muito mais - depois da excelente publicidade proporcionada pelo faniquito do distinto vereador - que, aliás, ainda tem muito o que explicar à população de Belo Horizonte.

Com informações do jornal O Tempo
Mais sobre o episódio aqui e aqui.

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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Desculpe a Nossa Falha: Veja e Reinaldo Azevedo erram feio

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VEJA e Reinaldo Azevedo erram feio e Falha entrevista a verdadeira estudante da USP que discutiu com Andrea Matarazzo no MAC


Estudante “colocada” na foto não mora no Crusp (outro erro do colunista) e, classificada de “burguesota” por Azevedo, é moradora de Guaianases

Matarazzo e Arielli na foto da Agência Estado que estampou os jornais de Domingo
A cena do secretário estadual de Cultura e pré-candidato a prefeito do PSDB Andrea Matarazzo com o dedo na cara de uma manifestante foi pras homes dos principais portais de notícias do país no sábado à tarde, logo após a inauguração parcial da nova sede do MAC, no prédio do antigo Detran, em São Paulo. No domingo, a foto de autoria de Paulo Liebert, reproduzida acima, estava na capa da edição impressa do Estadão. No mesmo dia, a revista Veja, através de seu colunista Reinaldo Azevedo, revelava a suposta identidade da manifestante: “Quem é aquela mulher (…) cordata, suave, pronta para o diálogo? (…) É Rafaela Martinelli, aluna da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e moradora do Crusp. É publicidade que ela queria, não? Aqui está”. Acontece que a estudante em questão não é Rafaela. A revista Veja errou. Trata-se de Arielli Tavares Moreira, 22 anos, estudante do quinto ano do curso de letras da USP. E há mais incorreções. O colunista também chama os manifestantes de “burguesotes”. Arielli é de família classe média-baixa da pequena cidade de Tatuí. E Rafaela, exposta e atacada pela revista de maior circulação do Brasil sem sequer aparecer na foto, é moradora de Guaianases, zone leste paulistana –e não vive no Crusp, conforme disse Veja. Para completar, mais um erro: nem Rafaela nem Arielli são filiadas ao Partido dos Trabalhadores, acusação feita por Azevedo, Andrea Matarazzo e pelo vereador Floriano Pesaro. Pelo contrário, as meninas são críticas ao governo Dilma Roussef e ao PT. A seguir os principais trechos da conversa com Arielli (que está de fato na foto) e Rafaela (que Veja “colocou” na foto):

- As entrevistas e os vídeos do episódio estão no Desculpe a Nossa Falha -
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Antídoto

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Há doenças piores que as doenças,
Há dores que não doem, nem na alma
Mas que são dolorosas mais que as outras.
Há angústias sonhadas mais reais
Que as que a vida nos traz, há sensações
Sentidas só com imaginá-las
Que são mais nossas do que a própria vida.
Há tanta coisa que, sem existir,
Existe, existe demoradamente,
E demoradamente é nossa e nós...
Por sobre verde turvo do amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas...
Por sobre a alma o adejar inútil
Do que não foi, nem pode ser, e é tudo.
Dá-me mais vinho, porque a vida é nada.

Fernando Pessoa, Cancioneiro. LP&M, Porto Alegre, 2007, p. 165.

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Os malefícios da distanásia

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O capitalismo é um velho rico e decrépito, tísico e paralítico,
um doente crônico nas últimas.
Mas sua agonia ainda pode durar muitas décadas...
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sábado, 28 de janeiro de 2012

Pinheirinho: as múltiplas faces da tragédia, as duas caras do judiciário

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Repórter se emociona ao entrevistar as famílias expulsas do Pinheirinho


Repórter da Record News não contém o choro ao falar com ex-moradores do Pinheirinho; na sequência, Heródoto Barbeiro e Andrea Beron entrevistam o jurista Walter Maierovitch sobre a reintegração de posse.


<vídeo removido na fonte>

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Juíza Márcia Loureiro fala sobre sua decisão na ação de reintegração de posse 

Juíza da 6ª Vara Cível de São José dos Campos confessa sua admiração pelo braço armado do "poder constituído"; entrementes, não se esforça para disfarçar sua indiferença ante o sofrimento das famílias do Pinheirinho. Sobre as motivações da sua decisão, técnicas ou "subjetivas", tergiversa.



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We will rock you, com... The water boys!

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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

"Templo ateu" e "Guerra santa": duas ideias em campos opostos, a mesma sandice

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O eminente zoólogo, etólogo, evolucionista e escritor Richard Dawkins, notório pelo seu ateísmo militante, não gostou nada da ideia do filósofo suíço Alain de Botton de construir o primeiro “templo ateu” do mundo, no centro financeiro de Londres. Projetado pelo arquiteto Tom Greenall, o templo será uma torre de 151 metros de altura, dos quais cada centímetro equivalerá a um período da idade da Terra. Haverá, também, no interior do edifício, a inscrição de um código binário da sequência do genoma humano. Em recente visita ao Brasil para o lançamento do livro Religião para ateus (Intrínseca, 274 págs), Botton afirmou que desta obra teria surgido a ideia. Segundo o autor, os ateus precisam aprender a retirar bons exemplos das religiões e dos religiosos, como, por exemplo, o sentimento de comunidade construído pela frequencia aos templos e a outros locais de culto. Já para Dawkins, “os ateus não precisam de templos", conforme disse em entrevista ao jornal britânico The Guardian. E ainda: “acho que há coisas melhores para se gastar dinheiro, como a educação secular e a construção de escolas não religiosas que se dediquem ao pensamento cético.” De acordo com o jornal britânico, Botton já recolheu metade do valor necessário para a construção, e caso o departamento de obras de Londres aprove o projeto, as obras deverão começar até o final de 2013.

A rivalidade entre o cientista britânico e o filósofo suíço não é novidade, sobretudo pelas críticas de Botton ao “ateísmo agressivo” defendido e apregoado por Dawkins. O anúncio da construção do templo acirrou essa rivalidade. Botton declarou ao The Guardian que Dawkins e Christopher Hitchens (1949-2011), autor do Deus não é grande – como a religião envenena tudo, são os principais responsáveis pela conversão do ateísmo em uma força destrutiva – "há muitas pessoas que não acreditam em Deus e nem por isso são agressivas em relação às religiões”, arrematou.

“Alguém tão inteligente quanto Jesus deveria ser ateu” – declarações como essa e livros como “Deus, um delírio” colocam Dawkins (esquerda) na eminência da militância ateísta atual. Botton (direita), apesar de ateu, é um de seus críticos.
  
A opinião deste blog é que, além do desperdício de dinheiro, a ideia de um “templo ateu” é um disparate tão grande quanto a ideia de uma “guerra santa”. Mas, como se sabe, guerras santas existiram, existem e não são raras; não será, portanto, nenhuma surpresa se o tal projeto for concluído, tampouco se uma febre de construção de templos ateus se espalhar pelo mundo. Ademais, templos ateus já existem por aí. São as instituições, organizações ou associações, humanistas ou científicas, que se dedicam à busca de respostas para os anseios da curiosidade cética e ao mitigar do sofrimento humano, sempre com seriedade, isenção e, sobretudo, com liberdade.

Marcello Cabral
Com informações do The Guardian.
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De Washington Luís a Soninha Francine: um século de intolerância

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"O novo parque não pode ser adiado porque o que hoje ainda se vê, na adiantada capital do Estado, a separar brutalmente do centro comercial da cidade os seus populosos bairros industriais, é uma vasta superfície chagosa, mal cicatrizada em alguns pontos e ainda escalavrada, feia e suja, repugnante e perigosa, em quase toda a sua extensão (...). É aí que, protegida pela ausência de iluminação se reúne e dorme, à noite, a vasa da cidade, numa promiscuidade nojosa, composta de negros vagabundos, de negras emaciadas pela embriagues habitual, de uma mestiçagem viciosa, de restos inomináveis e vencidos de todas as nacionalidades, em todas as idades, todos perigosos (...). Tudo isso pode desaparecer sendo substituído por um parque seguro, saudável e belo. Denunciando o mal e indicado o remédio, não há lugar para hesitações, por que a isso se opõem a beleza, a higiene, a moral, a segurança, enfim, a civilização e o espírito de iniciativa de São Paulo.”

1914, Washington Luís (futuro presidente da República), prefeito de São Paulo, justificando a violenta expulsão da população pobre da Várzea do Carmo para a construção do parque D. Pedro, no centro da capital.



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"São criminosos tirando vantagem da situação, não gente comum defendendo sua terra."

2012, Soninha Francine, sabujo ideológico do serrismo, referindo-se no twitter aos moradores do Pinheirinho que se armaram de escudos e bastões para defender suas casas (em inglês, respondendo ao comentário do usuário @jimmygreer sobre esta fotografia do Folha.com).


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Oba, mais uma gramática da língua brasileira!

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Gramática Pedagógica do Português Brasileiro (Parábola, 2011), concebida pelo linguista, escritor, tradutor e professor da Universidade de Brasília Marcos Bagno, não é uma gramática convencional. Ao contrário, é "anticonvencional". E viva! A escassez de gramáticas que descrevem e analisam, sem preconceitos linguísticos, o português brasileiro contemporâneo – isto é, a língua que utilizamos na prática – há poucos anos era absoluta. Por outro lado, sempre foi vasta a quantidade de gramáticas convencionais que pululavam e continuam pululando no mercado, fazendo a alegria das editora$, mesmo que a maioria dos seus distintos e embolorados autores já esteja há muito de mala pronta para a derradeira viagem – alguns já partiram, mas continuam vivo$ no coração das editora$.
Em março de 2010, o próprio Marcos Bagno comemorava, em artigo publicado na edição 156 da Revista Caros Amigos, o lançamento da primeira gramática do português brasileiro, que "Demorou, mas chegou. Exatos 188 anos", ironiza o professor (leia aqui, na página 6, o artigo completo). Trata-se da Gramática do Português Brasileiro, de Mário Perini, também pela editora Parábola. Pois bem, agora este novo trabalho (a ser conferido) enriquece, ainda que timidamente, o mercado editorial brasileiro com o que há de mais inovador em termos de gramáticas da língua dita “portuguesa”. Pena ainda levar um bom tempo até alguma instituição de ensino reunir coragem e ousadia para adotar obras como essas, de cunho progressista e revolucionário, socialmente responsáveis e inclusivas; bem como aproveitar o ensejo e aposentar o anacronismo dos velhos gramáticos normativos e barrar o mercantilismo dos assim chamados "novos" gramáticos midiáticos, meros reprodutores dos antigos conceitos e preconceitos – embora mais bem remunerados. Até lá, vamos espalhando a boa nova: eis aqui a novíssima Gramática Pedagógica do Português Brasileiro (que, a propósito, poderia estar com o preço um bocadinho menor).

Para encerrar, um chiste:

fonte
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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Matt LeBlanc e eu, separados na maternidade


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Recebo este e-mail do meu filho:
Pai, olha só essa foto e me diz se não parece com você.
Achei num post do 9gag, é o Matt LeBlanc, o Joey do Friends. 
Confesso que nunca notei – e ninguém nunca notou, e se notou nunca mencionou – semelhança alguma entre mim e o Matt LeBlanc. E olhe que já ouvi um bocado de "você parece aquele cara...", "você lembra muito fulano...", "você é a cara de cicrano..." Também admito que nunca achei o moço bonito, apesar do algum discretíssimo charme. Mas até que eu gostava do Joey Tribbiani, com aquele jeitão pueril, às vezes meio fanfarrão, mas também sensível e generoso. O casanova canastrão era um cara legal. Pois bem, estou satisfeito. Além da simpatia pelo ator/personagem, e embora perceba semelhança apenas no cigarro, no grisalho e nos óculos, o que pode ter  induzido meu filho (se, claro, o guri não estiver me zoando), o "coroa" até que tá muito bem na foto! Então, sendo assim... Valeu, filhão! (...tá me zoando não, né guri?!)
Meu sósia LeBlanc na foto do e-mail
Indicado quatro vezes ao Emmy e três vezes ao Globo de Ouro por seu “Joey” do seriado Friends, além de compartilhar com o elenco outras sete indicações ao SAG Awards (levaram em 1996), foi interpretando uma versão fictícia dele mesmo na série Episodes que finalmente Matt LeBlanc recebeu, no último domingo, o Globo de Ouro de melhor ator de seriado de comédia ou musical. Não conheço este seu trabalho, mas pela simpatia assumida (ainda mais agora, que somos praticamente xifópagos), fico contente. Parabéns ao Matt Leblanc, nosso eterno Joey!

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Crônica do Veríssimo: "Saudade do Ted Boy Marino"

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Ted Boy Marino e Vanusa na capa de O Cruzeiro de 1967, quando integravam o elenco de
Adoráveis Trapalhões, da TV Excelsior, ao lado de Ivon Cury, Dedé Santana e Renato Aragão.
(imagem)
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Saudade do Ted Boy Marino

Alguma coisa aconteceu no coração do Brasil quando acabaram com as lutas de "catch". Elas eram um sucesso na TV e seus astros viajavam em caravanas pelo país, apresentando-se em ginásios e circos. As lutas não eram lutas, eram teatro. Não eram exatamente combinadas, mas seguiam um roteiro estabelecido e havia um acordo tácito de que ninguém sairia do ringue machucado, mesmo que saísse arremessado. O roteiro básico não variava: era os bons contra os maus, e os bons sempre ganhavam. Ou só perdiam quando o adversário traiçoeiro recorria a um golpe especialmente baixo, sob uivos de raiva da plateia. E a reação da plateia fazia parte do teatro. Havia uma suspensão voluntária de descrença, e todos torciam pelo Bem contra o Mal — ou pelo bonito contra o feio, o esbelto contra a barrigudo, o correto contra o falso — com um fervor que não excluía a consciência de que era tudo encenação.

Era fácil distinguir os bons e os maus. Os bons eram atletas como o Ted Boy Marino, caráter tão irretocável quanto os seus cabelos loiros, que lutava limpo. Os maus tinham nomes como Verdugo e Rasputin, e comportamento correspondente ao nome. Lembro de um Homem Montanha, que mais de uma vez derrubou o juiz junto com o adversário. E não havia um Tigre Paraguaio? Os bons geralmente começavam apanhando e, quando parecia que estavam liquidados e que o Mal triunfaria, vinha a eletrizante reação, durante a qual o inimigo pagava por todas as suas maldades. Humilhação e vingança, nada na história do teatro é tão antigo e tão eficaz. Nove entre dez novelas de televisão têm o mesmo enredo.

Não sei se ainda fazem espetáculos de "catch" pelo interior do país. Hoje na TV o que se vê é o "ultimate fighting", ou "mixed martial arts", dois lutadores simbolizando nada trocando socos e pontapés sem simulação, quando não se engalfinham no chão como um bicho de duas costas e oito patas em convulsão. Nessas lutas não vale, exatamente, tudo — parece que esgoelar o outro e xingar a mãe não pode. Mas é o "catch" despido da fantasia, com sangue de verdade. Não há mais mocinho e vilão, apenas duas máquinas de brigar, brigando. Nem Ted Boy Marino nem Homem Montanha, apenas a violência em estado puro. Sei não, acho que empobrecemos.

Luis Fernando Veríssimo

(Publicado no Globo de hoje)
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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Nota à Imprensa (e ao Reinaldo Azevedo) do Ministério das Cidades

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(Grifos do blog)
(Fonte)


Nota à Imprensa – Comunidade Pinheirinho, São José dos Campos/SP

Em relação aos últimos acontecimentos, a Secretaria Nacional de Habitação esclarece:

1. O Pinheirinho é uma ocupação urbana localizada no município de São José dos Campos, São Paulo, que existe desde fevereiro de 2004. O terreno mede mais de um milhão de metros quadrados, e abriga aproximadamente 1,7 mil famílias;

2. Desde 2005, o Ministério das Cidades vem reiterando seu interesse em colaborar na solução pacífica do conflito por meio de uma ação conjunta, ofertando ao município a priorização nas linhas de provisão habitacional / urbanização de assentamentos precários disponíveis no nível federal para atendimento a famílias de baixa renda. Essa manifestação foi formalizada inclusive para a Vara Cível de São José dos Campos e para o Tribunal de Justiça de São Paulo;

3. Nas negociações entre a prefeitura, a associação de moradores, o Ministério das Cidades e em algumas rodadas contando com a participação da Câmara Municipal de São José dos Campos, sempre ficou claro que o município tem papel imprescindível na solução do conflito, considerando suas competências constitucionais de gestor do solo urbano, assim como no cadastramento, elaboração da proposta / projeto para o atendimento às famílias. Mas a prefeitura não apresentou nenhuma proposta para aquela área nas seleções de recursos federais ocorridas desde 2006, nem em outro momento;

4. No segundo semestre de 2011, retomou-se a liminar de reintegração de posse e se reabriram as negociações de atendimentos às famílias com a participação da Secretaria Geral da Presidência e da Secretaria Estadual de Habitação de São Paulo. Novamente a prefeitura não capitaneou ou se mostrou empenhada na construção de uma alternativa de provisão habitacional;

5. Em janeiro de 2012, os governos estadual e federal construíram uma minuta de termo de cooperação. O termo foi recebido pelo procurador da prefeitura e entregue pela associação à vara cível de São José dos Campos. Na minuta, a União se comprometia com parte dos recursos e o estado com os custos de elaboração dos projetos e alternativas. No entanto, também não houve retorno por parte do poder municipal, de quem dependia a desapropriação ou indicação de outra área para atendimento das famílias;

6. E, finalmente, este Ministério permanece à disposição – e inclusive envidará esforço para encontro ainda esta semana – para garantir o atendimento à população de Pinheirinho ao direito fundamental da moradia digna. Aguarda, mais uma vez, a apresentação de proposta pela administração municipal, ademais hoje amplamente facilitada pela criação dos programas do PAC e do Programa Minha Casa, Minha Vida.

Inês Magalhães

Secretária Nacional de Habitação do Ministério das Cidades

Assessoria de Imprensa
Ministério das Cidades
(61) 2108-1602

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"Os flagelados do judiciário"

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Do blog Tijolaço

"Acabo de ler e ver reportagens sobre dois assuntos, que não sei se são um só.

Uma, no Estadão, sobre as remunerações de até centenas de milhares de reais percebidas por juizes e desembargadores em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Outra, na Folha e no Viomundo, sobre a violência e o desrespeito aos pobres moradores expulsos do Pinheirinho.

Para quem, ainda criança, viu atearem fogo e lançarem cães contra os favelados da Praia do Pinto e do Morro da Catacumba, há 40 anos, é como descrer no progresso humano.

Ontem mesmo o Estadão publicava que os nobres desembargadores consideravam uma violência ser exposto ao público o fato de que alguns deles – nem se discute se com origem legal ou não – terem movimentações imensas em suas contas bancárias, embora nome algum tenha sido revelado, porque as investigações são feitas dentro da prudência da lei, que deve preservar a todos.

E quem preserva essa pobre gente e seus filhos? Crianças, que os senhores juízes, quando são seus filhos, cuidam com tanto empenho, com tantas babás, boas creches, escolas de qualidade e todos os mimos e carícias?

Suas Excelências, decerto, não são monstros e não deixam de saber que – não importa que ganhem muito bem por seu trabalho – do fundamento jurídico da igualdade humana e dos princípios constituicionais da proteção aos direitos humanos e, sobretudo, das crianças. Inclusive e, especialmente, das pobres, que não têm senão o Estado para tutelar seus direitos mais comezinhos.

O que ocorreu em Pinheirinho não se passou no interior de Rondônia, nas selvas do Pará, ou em outro lugar remoto do qual se pudesse dizer estar além das fronteiras da compreensão moderna da aplicação da lei como instrumento de proteção a direitos – e os sociais sempre se sobrepõem, do ponto de vista do Estado, aos individuais, embora não possam anula-los – e não a privilégios.

A Suprema Corte brasileira, que considerou relevante proteger os direitos do Sr. Daniel Dantas, para que este não fosse exposto com algemas nas mãos, acha correto disparar balas de borracha – nem falo das de verdade, que se disparou também – contra mulheres e crianças? A Justiça brasileira acha correto contribuir para o risco de promover outra Eldorado dos Carajás ali pertinho da maior metrópole do hemisfério Sul?

O que está acontecendo com o Direito e a Justiça deste país?

Quando se trata de pressionar o Governo Federal para conceder aumentos ao Judiciário, há declarações públicas, tratativas políticas o apelo ao bom funcionamento de uma instituição da República.

Quando se trata de defender seus mais frágeis jurisdicionados nem mesmo um apelo à moderação, à humanidade, ao bom-senso. Havia, na ordem mandatória do despejo, alguma determinação de que houvesse assistência social, preparação dos serviços públicos para encaminhar as pessoas a casas, as crianças a escolas, os carentes à assistência devida?

Ou apenas para enxotá-los, como se fossem cães?

Será que precisamos de um novo Sobral Pinto para constranger a Justiça brasileira, pedindo que se aplique aos seres humanos do Pinheirinho a lei de proteção aos animais?

O ovo da serpente, ao qual se referiu a Ministra Eliana Calmon, eclodiu em São José dos Campos. Um Judiciário – porque seria desonroso chamar a isso de Justiça – que é algo que já não se rege nem pela moralidade e nem mesmo pela humanidade.

Há um campo de refugiados em São José dos Campos. Lá estão os flagelados. Não da seca, não das chuvas.

Os flagelados do Judiciário brasileiro, que repete a olímpica indiferença de Maria Antonieta."

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Platitudes, parvoíces e patacoadas de um paspalho pusilânime e um prego apalermado

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"Às vezes, as pessoas acham que o governo escolhe o que ela (a polícia) faz. Quem decide é a Justiça e a polícia executa" – Geraldo Alckmin, aqui.

"Sempre é avaliado (um possível abuso da polícia). Não é uma tarefa simples, mas a polícia tem de cumprir ordem judicial." – Idem.

"Petistas poderiam ter atuado para impedir ação no pinheirinho, mas atração pelo sangue dos pobres não deixou." – Reinaldo Azevedo, aqui.

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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Heath Ledger: o melhor Coringa de todos os tempos

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Ledger como o Coringa, personagem que lhe rendeu a consagração póstuma (acima),
e a homenagem no SAG Award de 2008 (abaixo)

Há quatro anos morria Heath Ledger, ganhador do Oscar póstumo por sua atuação como o Coringa – o melhor de todos os tempos – em Batman, o Cavaleiro das Trevas. Talvez, por conta do trágico desfecho, a carreira do jovem ator australiano seja mais lembrada por esse trabalho, mas são igualmente ou ainda mais memoráveis suas atuações em A última ceia (2001) e O segredo de Brokeback Mountain (2005).

Ledger morreu em 22 de janeiro de 2008 em meio às filmagens de O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus, filme do ex-Monty Python Terry Gilliam. Boatos sob um suposto suicídio circularam na época, mas a autópsia apontou uma overdose acidental de medicamentos. Segundo o laudo oficial divulgado para a imprensa, o ator teve uma intoxicação aguda provocada por uma combinação de analgésicos, hipnóticos e ansiolíticos.

Jack Nicholson, o Coringa do Batman de Tim Burton (1989), teria alertado Ledger sobre o “perigo” de interpretar o personagem. Na época das filmagens de O Cavaleiro das Trevas, o ator menciona, em entrevista ao The New York Times, sua dificuldade para dormir: "Na semana passada eu devo ter dormido uma média de duas horas por noite. Não consigo parar de pensar. Meu corpo está exausto, e minha mente ainda trabalha" (The New York Times, Novembro de 2007).

Ledger deixou uma filha, Matilda, fruto de um relacionamento com a atriz Michelle Williams (Globo de Ouro de melhor atriz por Sete dias com Marilyn). Deixa também uma pequena lista de grandes filmes, frutos de uma carreira intensa e breve, o que infelizmente não lhe deu tempo para se tornar, como escreveu o crítico de cinema do The New York Times, A.O. Scott, "o ator surpreendente, estranho e definidor de uma era que sempre teve o potencial de ser".

(Com informações de Internet Movie Database)
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Oscar 2012 - Nomeações

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Confira a lista completa dos indicados ao Oscar 2012,
84th Annual Academy Awards:



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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

OAB denuncia mortes no Pinheirinho

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Fonte da imagem: Revista Consciência.Net
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OAB de São José dos Campos diz que houve mortos em operação no Pinheirinho

Bruno Bocchini e Flávia Albuquerque
Repórteres da Agência Brasil

São Paulo – O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São José dos Campos, Aristeu César Pinto Neto, disse hoje (23) que houve mortos na operação de reintegração de posse do terreno conhecido como Pinheirinho, na periferia da cidade. De acordo com ele, crianças estão entre as vítimas.

“O que se viu aqui é a violência do Estado típica do autoritarismo brasileiro, que resolve problemas sociais com a força da polícia. Ou seja, não os resolve. Nós vimos isso o dia inteiro. Há mortes, inclusive de crianças. Nós estamos fazendo um levantamento no Instituto Médico-Legal [IML], e tomando as providências para responsabilizar os governantes que fizeram essa barbárie”, disse, em entrevista à TV Brasil.

Segundo Neto, a Polícia Militar (PM) e a Guarda Municipal chegaram a atacar moradores que se refugiavam dentro de uma igreja próxima ao local. “As pessoas estavam alojadas na igreja e várias bombas foram lançadas ali, a esmo”, declarou.

O representante da OAB disse ter ficado surpreso com o aparato de guerra que foi montado em prol de uma propriedade pertencente à massa falida de uma empresa do especulador Naji Nahas. “O proprietário é um notório devedor de impostos, notório especulador, proibido de atuar nas bolsas de valores de 40 países. Só aqui ele é tratado tão bem”.

(Artigo completo aqui)
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Lei não obriga capitão a ficar no navio, dizem especialistas

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Costa Concordia: capitão teve conduta incomum, mas não ilegal

Atuação do capitão do Costa Concórdia, que abandonou navio antes da saída de todos os passageiros, é controversa. Mas especialistas dizem não haver lei que obrigue comandantes a sair por último em caso de naufrágio.

Autor: Klaus Hansen (md)
Revisão: Roselaine Wandscheer
Artigo publicado no Deutsche Welle


Um fato semelhante ao de agora na costa da Itália aconteceu em 3 de agosto de 1991, após uma explosão na sala de máquinas do navio de cruzeiro grego Oceanos. O navio, com centenas de pessoas a bordo, começou a se inclinar, afundando lentamente na costa sul-africana.

A maioria da tripulação, entretanto, abandonou o navio, deixando para trás cerca de 200 passageiros. Helicópteros chegaram para o resgate, e um dos primeiros a serem içados foi o capitão, Yiannis Avaranas. Dezenas de homens, mulheres e crianças permaneceram a bordo. Mais tarde, Avaranas teria dito: "Quando eu dou a ordem para abandonar o navio, não importa quando eu vou, o comando se aplica a todos, se algumas pessoas querem ficar, podem ficar."

Com isso, Yiannis violou uma velha regra náutica: numa emergência, o capitão é sempre o último a deixar o navio. Mas seria este ditado realmente uma lei ou apenas um mito? Uwe Jenisch, professor e especialista em direito marítimo internacional da Universidade de Kiel, no norte da Alemanha, diz que não há cláusulas em que essa regra esteja explícita. Mas acrescenta, porém, que essa diretriz pode ser deduzida de outras disposições.

"Em todo navio, o capitão é a instância máxima, que assume toda a responsabilidade pela embarcação. Ele tem o poder de comando, deve conduzir a retirada de passageiros. Enquanto a embarcação existir, ele é o responsável", diz Jenisch. Além disso, ele ressalta que uma boa equipe de navegação é como uma família, em que o capitão é o pai. "Podemos dizer que o ditado é parte de uma tradição. No entanto, não está escrito em lugar algum."

"A Organização Marítima Internacional (IMO, do inglês), em Londres, regula a segurança do transporte marítimo no mundo inteiro. O controle de qualidade dos regulamentos, no entanto, cabe aos países", complementa Jenisch. No caso do Costa Concordia, segundo ele, o governo italiano deve agir em conformidade com as normas internacionais.

(Artigo completo aqui)
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