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A cada dia eu me apaixono mais pelas mulheres...
Não, não se trata daquela paixão do tipo sensual.
Trata-se, aqui, da paixão pelo feminino, paixão que não para de crescer no meu eu masculino.
E não, tampouco me refiro a machos e fêmeas... ou a homens e mulheres.
Refiro-me ao feminino e ao masculino.
Eu me refiro ao Ser feminino que co-habita com o Ser masculino – e vice-versa – tanto nos homens quanto nas mulheres – e, de resto, em qualquer um (desde que um ser pensante).
Falo aqui do Ser feminino, que é, ao mesmo tempo, sensível e forte, introspectivo e exorbitante, despretensioso, mas exigente...
E que não segue regras; que não segue aquelas regras que não precisam (e não devem) ser seguidas - aquelas impostas pelo que se convencionou chamar de cultura, ou de moral, ou de “é assim que as coisas são e devem continuar sendo...” - daí aqueles seres, saberes e dizeres incômodos, eufemisticamente incômodos:
- trocar fralda, dar de mamar, lavar prato, e 'quem manda aqui sou eu', e não trair (porque vira puta, diferente dele que, se trair, é coisa natural), e não abortar, e 'estupra mas não mata', e 'eu posso, mas você não pode porque você é mulher', e não trepar - a não ser com aquele imbecil que diz "você só pode fazer isso... o resto eu faço com as outras". (vergonha...)
- trocar fralda, dar de mamar, lavar prato, e 'quem manda aqui sou eu', e não trair (porque vira puta, diferente dele que, se trair, é coisa natural), e não abortar, e 'estupra mas não mata', e 'eu posso, mas você não pode porque você é mulher', e não trepar - a não ser com aquele imbecil que diz "você só pode fazer isso... o resto eu faço com as outras". (vergonha...)
Mas, afinal, por que falo disso?
Por algumas razões.
Uma delas é pessoal, ao que me reservo guardá-la para mim.
Outra, procede do espetáculo de rebelião que hoje experimenta um país que, com pelo menos um dos pés ainda calcado numa cultura arcaica, anacrônica, machista, em breve elegerá uma presidenta.
E por último, e não menos importante, a outra razão passeia pelo tanto de emoção que esta ‘alma’ masculina aqui experimenta ao assistir determinadas expressões artísticas – notadamente o cinema – em que o sentir feminino é arrebatador.
Exemplos?
Darei... mas só alguns.
O Ébrio - direçao: Giulda de Abreu (filme de 1943!)
Lost in tranlslation (Encontros e desencontros) - roteiro e direção: Sofia Coppola.
Cazuza, o tempo não para - direção: Sandra Werneck
Juno (Juno) - roteiro: Diablo Cody.
Speak (O silêncio de Melinda) - direção: Jessica Sharzer; original: Laurie Halse Anderson; roteiro: Jessica Sharzer e Annie Young Frisbie.
E, mais sobre as nossas, daqui tupiniquins, um breve rol, de pequenas e grandes realizadoras (pra saber mais, basta um clique):
E, mais sobre as nossas, daqui tupiniquins, um breve rol, de pequenas e grandes realizadoras (pra saber mais, basta um clique):
Adélia Sampaio, Alice de Andrade, Ana Carolina, Ana Maria Magalhães, Anna Muylaert, Betse de Paula, Bia Lessa, Carla Camurati, Carmen Santos, Cleo de Verberena, Cris D´Amato, Daniela Thomas, Dilma Lóes, Eliana Fonseca, Eliane Caffé, Florinda Bolkan, Helena Solberg, Ítala Nandi, Izabel Jaguaribe, Laís Bodanzky, Lina Chamie, Lucélia Santos, Lúcia Murat, Malu di Martino, Mara Mourão, Maria Augusta Ramos, Maria do Rosário Nascimento e Silva, Maria Letícia, Marina Person, Marlene França, Monique Gardenberg, Norma Bengel, Rosane Svartman, Rosangela Maldonado, Sandra Kogut, Suzana Amaral, Tata Amaral, Tereza Trautman, Tetê Moraes, Tizuka Yamasaki, Vanja Orico.
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