terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Confrontando demônios

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Escrevo porque respiro

Ar frio e ventania

Bem como porque suspiro

É doce de padaria

 

Escrevo quando anoitece

Até o lusco-fusco do dia

O não escrever me aborrece

Não saio na fotografia

 

Reputo o branco do papel

Vazio, e me vêm à memória

Estrelas fugidas do céu

Des-existência de história

 

Escrevo, depuro a prosa

...às vezes, a poesia

Caço a rima preciosa

Ajusto a palavra arredia

 

Escrever não é preciso

Ou necessário, tampouco

Mas de mim, eu me exorcizo

Escrevo, prossigo louco

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