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Não importa a questão semântica – liberdade, como conceito acabado, não existe.
É possível ser relativamente livre, mais ou menos independente num ou noutro aspecto, mas nunca se é absolutamente livre.
A existência segue seu curso na segura direção de um propósito inatingível: o ‘ser feliz’ (felicidade, outro conceito relativo). E na busca pela felicidade, a liberdade, sempre relativa, é apenas uma escolha. Trata-se, portanto, de uma opção, uma variante entre muitas outras que supostamente conduzem pelo caminho da suposta felicidade.
Ainda assim, escolho ser livre. Ao menos no domínio do pensar, porque na esfera do agir, na instância do ser, nunca se será inteiramente livre. As limitações são muitas. As barreiras que separam todos, sem exceção, da verdadeira liberdade, são inexpugnáveis.
Liberdade é um sonho, pertence ao universo das coisas inefáveis. Embora não haja quem não seja capaz de entendê-la, não há, igualmente, quem seja capaz de explicá-la. E se dissimuladamente parafraseio os versos de Cecília Meireles (1), também me socorro no Gauche de Itabira, com o inútil esforço de referir-me à liberdade, essa palavra...
“o pássaro é livre na prisão do ar
o espírito é livre na prisão do corpo
mas livre, bem livre, é estar morto” (2)
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(1) MEIRELES, Cecília. Romanceiro da Inconfidência. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.
(2) Carlos Drumond de Andrade, Liberdade.
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O desejo de ser livre esbarra, entre outras coisas, nas tantas convenções que nos vemos obrigados a seguir.
ResponderExcluirDe qualquer modo, seguimos tentando...
♥
Pelo menos reconforta saber que, em termos de liberdade, a gente faz parte da metade mais livre - ou libertária - do mundo.
ResponderExcluir♥