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O mundo não afeta o poeta enquanto tal
O que o perturba é o desespero de existir
(apenas este é o seu mal...)
E lacerado pelo próprio grito – violento e aflito –
Desdiz o dizível pelo recurso da palavra imprópria,
Destrói e reconstrói pela estética do outro, incógnito
A si mesmo, em momentos, desconhece...
Finge e padece, passado e presente esquece...
Mas lembra o futuro – seu porto seguro
Busca na embriaguez a redenção
Questiona e coloca-se em questão
Louco, volta-se ao mundo para um ar
Mas logo deserta, e deserto prossegue a amar...
(ama a própria aflição, odeia o ódio com paixão)
Crê na fé, abomina a crença,
Pensa...
É, sobretudo pensa.
Espreita sobre os ombros da intuição
Percebe a vida
E enxerga-nos a alma resumida
Submete o hábito à fervura e destila a poesia pura
É mentira e é verdade,
É esquecimento e saudade
É fraco e é forte,
Morre a vida e vive a morte
Não é, senão, ninguém...
Mas é também multidão.
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Oi! Adorei o nome do blog. E o poema é lindo, forte e suave, como só você saber ser.
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Gosto do nome, gosto do poema, amo você! E obrigado pela presença - seus comentários são sempre muito importantes. Bjs.
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