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sexta-feira, 8 de abril de 2011

O Destino Manifesto

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Esta pintura de fins do século XIX, chamada de Progresso Americano, é uma representação alegórica do Destino Manifesto. Uma mulher de vestes angelicais carrega a luz da "civilização" e guia os colonizadores enquanto prende cabos telegráficos e afugenta índios e animais selvagens.

O Destino Manifesto é a expressão que se refere à crença – dos próprios norte-americanos – de que o povo dos Estados Unidos seria eleito por deus para o comando do mundo. Com base nessa “verdade”, a política expansionista do século XIX e a política imperialista da centúria seguinte seriam apenas o cumprimento da vontade divina – a expansão e domínio, segundo a crença, não seriam apenas boas, mas também óbvias (manifesto) e inevitáveis (destino).

A expressão foi usada pela primeira vez por John O’Sullivan em um ensaio entitulado Annexation, publicado na revista Democratic Review, no qual o jornalista exigia a anexação da República do Texas, recentemente separada do México. O'Sullivan escreveu:

"Nosso destino manifesto atribuido pela Providência Divina para cobrir o continente para o livre desenvolvimento de nossa raça que se multiplica aos milhões anualmente."

Governo e mídia daquele país usaram explicitamente as doutrinas do Destino Manifesto na primeira metadade do século XIX, notadamente no período de anexação territorial de diversos estados às treze colônias originais, culminando com a compra de Gasden, em 1853, que determinou os atuais limites do país. O uso formal e oficial da doutrina foi abandonado até o final da década de 1880, quando passou a ser usada novamente por alguns políticos como justificativa para o expansionismo fora do continente americano.

Embora manifesta e explicitamente não se empregue mais tal aberração doutrinária desde então, o uso da ideologia do Destino Manifesto pode ter influenciado fortemente as ideologias e doutrinas imperialistas do país – vide 2ª Guerra Mundial, Guerra da Coréia, Vietnãm, Afeganistão, Iraque (Egito?, Líbia?...).

Observe-se este trecho do discurso de posse do presidente James Buchanan, em 1857:

"A expansão dos Estados Unidos sobre o continente americano, desde o Ártico até a América do Sul, é o destino de nossa raça (...) e nada pode detê-la".

Note o reforço da velha idéia – apesar de uma diferença sutil e retórica – num trecho de discurso proferido pelo general Colin Powell, secretário de Estado do governo Bush, em 2004:


"O nosso objetivo com a Alca é garantir para as empresas norte-americanas o controle de um território que vai do Polo Ártico até a Antártida"...
Desde então, lá se vão sete anos... Colin Powell passou, a era Bush passou. Hoje vive-se nos EUA a era Obama. Alguma novidade houve, mas a federação americana do norte continua a mesma. Ele pode ter “cara de baiano”, mas continua sendo norte-americano...
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Com ilustração e informações da Wikipedia

5 comentários:

  1. Essa arrogância norteamericana, então, tem nome: destino manifesto.

    E em nome desse destino, tudo (pra eles) se justifica. E o pior é que grande parte acredita nisso. De verdade.

    Socorro, Preto. Não dou conta.

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  2. Preta, importante é analisar o fenômeno imperialista estadunidense com visão crítica e ofensiva. Claro que "ofensiva" aqui não conota "belicismo", mas denota uma atitude de não subserviência, de anti-resignação, de afirmação. Afirmação dos que lutam pela igualdade dos povos e de cada indivíduo que compõe esses mesmos povos (leia-se, neste contexto, todos nós latino-americanos, africanos, sul-asiáticos...)

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  3. Obama pode sim ter cara de baiano e pode até ter idéias diferenciadas em relação à política internacional. mas como ignorar este "manifesto atribuido pela Providência Divina"? talvez ele não tenha a fome de outros governantes ou nem tanto interesse assim nas mesas vizinhas, mas isso não o impedirá de levar adiante a fome dos EE UU.

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  4. Quando penso que quase metade dos EUA pertencia ao México, lembro da famosa frase do ex-ditador mexicano, Porfírio Dias: "Pobre México, tão longe de Deus, tão perto dos Estados Unidos".

    Os EUA é O Diabo, Marcello, "O Diabo no Meio do Mundo". Foi irresistível parafraseá-lo.

    Não sabia desse Destino Manifesto, parece-me um tipo de fundamentalismo cristão. Valeu pela informação!

    Abraço

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  5. De acordo, Loba. Sabemos da sua dificuldade de governar contra os interesses arraigados da elite econômica, midiática e política dos EUA, mas é sabido também que reformista ele nunca foi. Tampouco inocente (o documentário Inside Job eviscera essa promiscuidade governo-wall street, e Obama não sai ileso).
    Um abraço.

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    É Sandra, que o diga a população da zona fronteiriça que vem sofrendo horrores com a escalada da violência dos cartéis do tráfico. 90% da coca que entra nos EUA chega pelo México, um negócio de US$ 13 bilhões por ano e muitos interesses paralelos.
    Mas a caldeira desse capeta está esfriando... Quem viver, verá.
    Um abraço.

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