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quero falar de um sujeito que conheci
eu que, como ninguém, fruiu fugaz do seu intenso e raro existir, vou agora consigná-lo aqui
era mais ou menos assim, esse sujeito...
manifestava o desconserto dialético de Sócrates / na Ágora de cascalho e pó conflitava minhas inconvictas certezas
possuía a estóica autoridade de Zenão / sob uma stoa de estuque abrandava flexível a minha frouxa rigidez
como Descartes, proclamava racional o seu Cogito / nas coordenadas imprecisas da razão questionava o meu ser empírico
como um Kant hodierno indutivo e dedutivo sintetizava os todos Ideais / com idealismo puro criticava a minha razão impura
inquietava-se humanista como Bruno / no Fiori a sua paz era a minha inquietude, se nele eu me via em negativo
possuía o olhar amargo de Nietzsche / com a expressão de louca alegria só outorgada aos sábios loucos inspirava-me super-homem
narrava com profundos olhos de Kafka inefáveis absurdos pesadelos / a sua quimera era a minha frágil realidade
contava o seu desassossego como incontáveis Pessôas de vastos heterônimos / eu me percebia restrito ao meu único eu
a angústia de Augusto estampava a sua face / simultâneo ocultava no âmago o êxtase de Agostinho...
pois, deveras...
encerrava em si a Clássica contemplação, o logos Socrático, o ideal Platônico, a Peripatética diversidade, o rigor Estóico, a virtude Cínica
...abraçava o tudo com os braços do nada
acolhia em harmônico conflito a tradição Escolástica e a revolução Racional
...o caos pacificava em caótica harmonia
fruía humanista fragmentos de Petrarca a Erasmo, de Rabelais a Calvino, de Morus a Marx
...semeava pedaços e colhia o todo
ia de Hegel a Engels, de Berkeley a Husserl, mãos dadas a Epicuro e Leibniz, à destra, e a Platão e Kant, à sestra, ele duplo ambidestro
...sonhava vida e existia sonho
existia, mas não era - precedia à própria existência; meu Kierkegaard, eu Nietzsche, meu Camus, eu Sartre, meu Russel
...eu paradoxo de mim
mas quem era, afinal, esse sujeito?!...
um Zaratustra moderno, uma terrena expressão do Supremo Cósmico, o Buda reencarnado?
decerto não, sequer os conhecia
um Patriarca, um Profeta, um Santo?
ora, Não!
um cético Iluminado, um inocente Iniciado, um puro Abençoado?
não que ele soubesse
um letrado, um acadêmico, um doutor em filosofia?
nunca os fora
este sujeito de quem falei, ele era todos... e nenhum, ao mesmo tempo
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Esse sujeito tem caras de maluco e deve de ser gente boa
ResponderExcluirabração, Marcello
FELIZ 2011!!!!!!!!!!!
ResponderExcluir.
ResponderExcluirVais, maluco com certeza. Gente boa, depende da hora.
E bora lá que 2011 tá chegando! (lá pra março a gente deslancha, hehe)
Baita ano bom procê e um abraço
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Marcello eu nem sei o que você escreveu mais sei que está incrível porque você que escreveu eu te amo . saudades. e espero te ver com a minha mãe logo logo e você e o melhor beijos "carolzissima"
ResponderExcluirValeu, Carolzíssima, adorei seu comentário!
ResponderExcluirSaudades de vc também e felizaço pelo carinho.
E ó, cá ente nós, nem eu entendi direito esse negócio que eu escrevi... hehe
O próximo post eu acho que você vai gostar mais. É meio longo, tem umas palavrinhas difíceis (dicionário na mão), mas com tantinho de paciência...
Beijão e até... Domingooo!