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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Feminino

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A cada dia eu me apaixono mais pelas mulheres...

Não, não se trata daquela paixão do tipo sensual.

Trata-se, aqui, da paixão pelo feminino, paixão que não para de crescer no meu eu masculino.

E não, tampouco me refiro a machos e fêmeas... ou a homens e mulheres.

Refiro-me ao feminino e ao masculino.

Eu me refiro ao Ser feminino que co-habita com o Ser masculino – e vice-versa – tanto nos homens quanto nas mulheres – e, de resto, em qualquer um (desde que um ser pensante).

Falo aqui do Ser feminino, que é, ao mesmo tempo, sensível e forte, introspectivo e exorbitante, despretensioso, mas exigente...

E que não segue regras; que não segue aquelas regras que não precisam (e não devem) ser seguidas - aquelas impostas pelo que se convencionou chamar de cultura, ou de moral, ou de “é assim que as coisas são e devem continuar sendo...” - daí aqueles seres, saberes e dizeres incômodos, eufemisticamente incômodos:
- trocar fralda, dar de mamar, lavar prato, e 'quem manda aqui sou eu', e não trair (porque vira puta, diferente dele que, se trair, é coisa natural), e não abortar, e 'estupra mas não mata', e 'eu posso, mas você não pode porque você é mulher', e não trepar - a não ser com aquele imbecil que diz "você só pode fazer isso... o resto eu faço com as outras". (vergonha...)

Mas, afinal, por que falo disso?

Por algumas razões.

Uma delas é pessoal, ao que me reservo guardá-la para mim.

Outra, procede do espetáculo de rebelião que hoje experimenta um país que, com pelo menos um dos pés ainda calcado numa cultura arcaica, anacrônica, machista, em breve elegerá uma presidenta.

E por último, e não menos importante, a outra razão passeia pelo tanto de emoção que esta ‘alma’ masculina aqui experimenta ao assistir determinadas expressões artísticas – notadamente o cinema – em que o sentir feminino é arrebatador.

Exemplos?

Darei... mas só alguns.

O Ébrio - direçao: Giulda de Abreu (filme de 1943!)

Lost in tranlslation (Encontros e desencontros) - roteiro e direção: Sofia Coppola.

Cazuza, o tempo não para - direção: Sandra Werneck

Juno (Juno) - roteiro: Diablo Cody.

Speak (O silêncio de Melinda) -  direção: Jessica Sharzer; original: Laurie Halse Anderson; roteiro: Jessica Sharzer e Annie Young Frisbie.

E, mais sobre as nossas, daqui tupiniquins, um breve rol, de pequenas e grandes realizadoras (pra saber mais, basta um clique):
 
Adélia Sampaio, Alice de Andrade, Ana Carolina, Ana Maria Magalhães, Anna Muylaert, Betse de PaulaBia Lessa, Carla Camurati, Carmen Santos, Cleo de Verberena, Cris D´Amato, Daniela Thomas, Dilma Lóes, Eliana Fonseca, Eliane CafféFlorinda BolkanHelena Solberg, Ítala Nandi, Izabel Jaguaribe, Laís Bodanzky, Lina Chamie, Lucélia Santos, Lúcia Murat, Malu di Martino, Mara Mourão, Maria Augusta Ramos, Maria do Rosário Nascimento e Silva, Maria Letícia, Marina Person, Marlene França, Monique GardenbergNorma Bengel, Rosane Svartman, Rosangela Maldonado, Sandra KogutSuzana Amaral, Tata Amaral, Tereza Trautman, Tetê Moraes, Tizuka Yamasaki, Vanja Orico.
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6 comentários:

  1. Que post lindo, Nego.
    Não é à toa que eu te amo tanto. Sua sensibilidade para ver, ouvir e sentir as coisas é extraordinária.

    Feliz, feliz de ter vc como meu companheiro de vida.

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  2. Ei Marcello,
    concordo absolutamente com a Mariê,
    moço, que lindo!
    que maravilha se os homens deixassem aflorar seu lado feminino, ah!
    super parabéns pra você e Mariê

    abraços pra vocês

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  3. VOCÊ é linda, e que comentário mais gostoso...
    Obrigado, Preta
    Bj, ♥


    Obrigado, Vais, fico feliz que tenha gostado.
    E quanto aos homens - ah, esses meninos... que se soubessem que são meninos...
    Abraços meus e da Mariê

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Muito bom!
    Pena que homens e mulheres ainda tem um longo caminho pela frente... pra encontrarem o seu feminino e o seu masculino.
    Mas assim caminha a humanidade: devagar mas a passos largos...rs.
    beijo

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  6. É, AnaCris, o caminho é longo para todos, mulheres e homens. E humanidade segue caminhando, sim, mas às vezes parece que "com passos de formiga e sem vontade"...

    Um abraço.

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