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Há uma lenda sobre os elefantes. Dizem que eles nunca esquecem.
De fato, sabe-se que o animal, depois de migrar a primeira vez com o grupo em busca de água e pastagem, jamais esquecerá o caminho, ainda que não o percorra durante muitos anos. Há registros desse fenômeno, mas nada que o relacione com uma suposta extraordinária memória.
É sabido que nós, seres humanos, somos dotados de uma admirável capacidade de memorização, maior que a de qualquer elefante. Todavia, somos incapazes de memorizar sequer uma parcela das informações às quais temos acesso, sobretudo porque no nosso repertório há uma infinidade de elementos, muito mais do que um simples trajeto, ou a localização de uma boa fonte de água.
Assim, desde a pré-história, o homem procura meios para armazenar as informações e salvaguardá-las da volatilidade da memória. Dos tabletes de argila com a escrita cuneiforme dos sumérios, aos modernos recursos digitais do Bill Gates, o salto foi gigantesco. Hoje, todo o conteúdo de uma enciclopédia, como a Britânica e os seus 32 volumes, cabe na palma da mão, armazenado sabe-se lá por qual sortilégio de recursos tecnológicos – obscuros ainda para muitos; para outros, simples como um sistema binário.
Eis, portanto, a questão: quando vai parar?... Ou: vai parar?..., se ano após ano aumentam-se de megabytes para gigabytes, e destes para terabytes, sob os auspícios de processadores cada vez mais velozes montados em equipamentos cada vez menores. Quem viver, verá... Até lá seguimos produzindo informação como nunca antes na história deste planeta.
Quanto aos elefantes?... Bem, sabe-se muito sobre eles, como muito se sabe sobre quase tudo o que há. Deles, dos elefantes, só não se sabe o principal, o essencial... Como, de resto, sobre quase nada se sabe...
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Você fez de novo. Escreveu com essa sua leveza gostosa. Adoro te ler.
ResponderExcluir♥
vc é linda
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