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É espantoso como essa revistinha consegue ser tendenciosa, aliciada, despudorada, mentirosa, desonesta, canalha... (e por aí vai). Sim, falo de Veja, a “última flor do fáscio” * – levei para o banheiro, estava à mão, não pensei nas consequências: além do risco de desenvolver uma LER (virando páginas e páginas de publicidade) corre-se também o risco de ler... e morrer de raiva.
Já começa bem: Mainardi sugere aliança Serra-Marina contra a “desastrada candidatura de Dilma Rousseff” (mais e mais páginas de publicidade). Depois, ‘A Semana’: intrigas, distorções, textos medíocres (mais publicidade). Em seguida, mensalão do demo, matéria recheada de referências ao mensalão petista e de elogios àquele partidinho sem-vergonha, o demo ele mesmo, pelo comportamento na crise. Matéria sobre agronegócio, Caiado vociferando, pau no MST, não se disfarça os elogios rasgados a quem?... A ela mesma: Kátia Abreu! E publicidade, publicidade, infográficos, fotos imensas, bobagens, publicidade, listinha fajuta de livros mais vendidos, mais bobagens, mais publicidade... Arre!
...É, foi uma merda.
* Para recordar: em entrevista à Caros Amigos (nº 127, outubro de 2007) Paulo Henrique Amorim se refere à Veja como a ‘última flor do fáscio’, em alusão ao poema de Olavo Bilac, ‘Última flor do Láscio’; na edição seguinte, leitor muito inspirado parodia o poeta parnasiano. Requentando, eis, paródia e poema (fonte):
Última flor do Fáscio, estulta e banguela,
que a qualquer um se entrega por dinheiro,Última flor do Fáscio, estulta e banguela,
que se oferece lasciva ao estrangeiro,
duma mídia ruim és a pior mazela.
VEJA pela verdade nunca zela,
seus leitores empulha o tempo inteiro,
num estilo crapuloso, bem rasteiro
contra o que é certo está de sentinela.
Um tal Mainardi, que é seu colunista,
do Paulo Francis malfeita paródia,
não consegue esconder que é fascista
E outros defeitos, de uma enorme lista.
que se o interne, num hospício, em vil custódia,
para sempre longe de nossa vista
Pedro Ney S. Pereira, Recife/PE
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Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
Olavo Bilac
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Melhor contar azulejos no banheiro a se distrair (enraivecer) com as "merdas" desse revistinha vil.
ResponderExcluirAdorei o poema e a paródia.
Beijo
Oi Marcello,
ResponderExcluirPrimeiro, quero agradecer a sua visita e o seu comentário em meu blog! Peço desculpas pela demora na resposta, mas fiquei muito emocionada e contente em saber que um POETA visitou meu blog (tô me achando rsrs)Espero você por lá mais vezes... porque eu vou estar sempre por aqui! Adorei seu blog, vou segui-lo!
Abraço
Ca
Marcello, adorei e concordo com cada palavra... E a gente ainda ouve: - "é verdade, eu vi na Veja, vi no JN"...!!! Aff... É um país de 'meu Deus'! Mas, nem tudo está perdido, pois há pessoas sérias e inteligentes! Tudo de bom p vc!
ResponderExcluirNé, Mariê? 'Oh, revistinha!', como diria o roberto jefferson (sem autoridade moral nenhuma, diga-se). Bj.
ResponderExcluirCamila, obrigado, e é muito bom te ter aqui. Recomendadíssimo, a propósito, o seu blog; gostei muito do que li. Abraço.
Regina, essa confiança irrestrita na chamada grande mídia está acabando, graças, em boa parte, à internet - informação em tempo real, pontos de vista diversos, críticas, questionamentos... O caminho é este. Abraço.