sexta-feira, 22 de junho de 2012

Ficaram as cinzas...

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Ficaram as cinzas...

Como um caso de duplo assassinato foi tratado como crime passional e, dezesseis anos depois, ainda não foi inteiramente sollucionado.

Há 16 anos, em 23 de junho de 1996, Paulo César Siqueira Cavalcante Farias, o PC, era morto na sua casa de praia em Guaxuma, litoral de Maceió. Versão da polícia de Alagoas, corroborada pelos federais e pela mídia em geral: crime passional. PC Farias teria sido morto por sua namorada, Suzana Marcolino, que se matara em seguida com um tiro no peito. PC deporia, dias depois, na CPI que investigava as relações entre empreiteiras e doleiros com o governo do ex-presidente Collor de Mello, hoje senador da República.

Como tesoureiro de campanha de Collor, Paulo César Farias conhecia profundamente o esquema de corrupção que conduziria ao impeachment do "caçador de marajás". PC era responsável pelos contatos com doleiros e empreiteiros, bem como pela movimentação de dezenas de contas em paraísos fiscais, abastecidas com o dinheiro sujo da corrupção instalada no governo Collor... hoje senador da República.

A versão do crime passional, sustentada pelo legista Fortunato Badan Palhares e defendida pelo irmão da vítima, Augusto Carvalho, é então desmontada por investigações paralelas respaldadas em laudos de peritos independentes e depoimentos de testemunhas. Com os novos elementos, Ministério Público e Judiciário de Alagoas convocam uma junta de peritos e legistas para reexaminar o caso. Ao final das investigações, é descartada a versão do crime passional. Augusto Farias, irmão do tesoureiro de campanha do atual senador Fernando Collor, é denunciado pelo Ministério Público como mandante do crime. Oito funcionários de PC, inclusive quatro seguranças pertencentes aos quadros da Polícia Militar de Alagoas, são denunciados como executores.

O processo contra Augusto Farias é arquivado por falta de provas. Quatro seguranças são indiciados e conduzidos a Júri Popular, mas recorrem ao Supremo Tribunal Federal. Em junho de 2011, quinze anos após o crime, o STF decide pelo Júri Popular. De acordo com a 8ª Vara Criminal de Maceió, o julgamento de Adeildo Costa dos Santos, Reinaldo Correia de Lima Filho, Josemar Faustino dos Santos e José Geraldo da Silva está na pauta, mas não foi marcado até o momento.

(Enquanto isso, no Senado da República...)









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Para saber mais sobre “tragédias” e “maldições” que rondaram o processo de impeachment do ex-presidente Collor, indico: A ''maldição'' da era Collor.

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