quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Lá e cá, as máscaras da ditadura

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Cerco ao La Moneda, 1973 (fonte)
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A “ditadura” volta ao Chile

A ditadura voltou ao Chile – ao menos conceitualmente. O Conselho Nacional de Educação do Chile (CNED) resgatou, em sessão na quinta 26, o termo “ditadura” para designar o governo do general Augusto Pinochet (1973-1990) em textos escolares para crianças de 6 a 12 anos. Isso após uma polêmica proposta do governo para trocá-lo pela amena palavra “regime”. Para o ministro da Educação, Harald Beyer, a palavra “regime” representava um conceito “mais geral”, logo, mais apropriado. Mas o veemente repúdio de instituições de direitos humanos e congressistas da oposição fez o conselho se mexer. E a ditadura militar presidida por Augusto Pinochet entre 11 de setembro de 1973, quando um golpe militar arrancou a Presidência do socialista Salvador Allende, e 1990, voltou a ser chamado pelo que de fato foi: uma ditadura.

De A Semana, Carta Capital nº 682.

Mais sobre o tema aqui.

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Comentário do Diabo:

Enquanto isso, pelos lados de cá, os doze colégios militares do exército espalhados pelo Brasil adotam (ou adotavam, pelo menos até o ano passado) livros didáticos como História do Brasil: Império e República, de Aldo Fernandes, Maurício Soares e Neide Annarumma. Na obra, base para o ensino de História do Brasil no 7º ano do ensino fundamental, o golpe militar de 64 é chamado de “revolução democrática”, e teria sido uma reação legítima, sob a batuta dos generais, ao avanço do comunismo. Eis uma bela máscara para a face horrenda de um golpe que traria duas décadas de um regime autoritário, repressor, violento e seviciador.
Para mais sobre o assunto, leia aqui o artigo publicado na Rede Brasil Atual em julho do ano passado.

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